Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Sem Rede

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

Sem Rede

18
Fev07

O manifesto do Vasco Graça Moura

Redes
Li no Ciberdúvidas mais um artigo do Vasco Graça Moura sobre a Tlebs, publicado no DN em 31/01/2007. Trata-se de uma verdadeiro libelo. VGM parece assumir-se como o Gandhi da desobediência civil relativamente à Tlebs. Por um lado, diz que os professores têm formação, têm validade intelectual, mas por outro, oferece-lhes uma palavra de ordem bastante simplória, e, como vou mostrar, impossível de executar.

No artigo, VGM, retira do célebre ensaio do João Peres, já aqui muitas vezes referido, e de outras intervenções deste contraditório polemista, o que lhe interessa. Não diz nunca que quase todas as críticas feitas por si próprio à Tlebs são cruelmente rejeitadas ou desvalorizadas pelo João Peres. Dá assim a ideia de uma  solidariedade entre todos os que se opõem à Tlebs que é falsa.

Vasco Graça Moura conclui assim o seu libelo:

"No vazio instaurado, a si, caro professor, o que lhe resta é ir ensinando, provisoriamente, com base na Nomenclatura Gramatical Portuguesa de 1967 e na Gramática de Celso Cunha e Lindley-Cintra. Não serão perfeitas nem inteiramente satisfatórias, mas pelo menos não bloqueiam as suas possibilidades de se assumir a sério como professor de Português.

Até a TLEBS ser objecto de uma revisão decente, só resta um caminho: se o ministério se obstina em não repor a vigência da Nomenclatura, reponhamo-la nós!"

A minha primeira objecção é formal: necessitamos nós que alguém nos diga o que devemos fazer? Reivindico o seguinte: não sou menos do que o João Peres ou o Vasco Graça Moura no que respeita ao meu trabalho.

A segunda é: rejeito liminarmente o "nós" do Vasco Graça Moura.

Muitos professores ensinam há muitos anos. Tem ideias feitas sobre o que é ensinar gramática. Sabem que há contradições de conteúdo e terminológicas que têm com os colegas, os programas, etc. que a Tlebs ambiciona resolver.

Mesmo que quisessem, não poderiam seguir a palavra de ordem do VGM, pelas seguintes razões:
  • Muitos (como eu) só conheceram a Nomenclatura Gramatical de 67, por causa da Tlebs. Apenas sabiam vagamente da sua existência por referências feitas em vários textos.
  • A Nomenclatura não é seguida há mais de 30 anos, nem pelos programas oficiais, nem pelos professores, nem pelos manuais.
  • Que eu saiba, não há nenhum manual ou gramática escolar que cumpra essa Nomenclatura.
  • Lindley Cintra e Celso Cunha não cumprem a Nomenclatura. A gramática destes autores inclui muitos conceitos gramaticais que o Vasco Graça Moura criticou na Tlebs! Nem se percebe por que razão a aconselha.
Se eu me achasse no direito de propor uma palavra de ordem aos meus colegas, o que eu lhes diria, é o que eu faço:
  • Estudem a Tlebs.
  • Se ficarem convencidos da justeza de uma proposta que lá esteja, modifiquem o conteúdo e o modo do vosso ensino, apenas nessa medida.
  • Não caiam no engodo da polarização entre anti-tlebs e pró-tlebs. Isso é uma falsa questão que tem muita coisa escondida.
  • Sobretudo, ensinemos Gramática, com preocupação de actualização científica e adequação pedagógica e didáctica, isto inclui a Tlebs e muitas outras coisas.

2 comentários

Comentar post

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Wikipédia

Support Wikipedia

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2011
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2010
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2009
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2008
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2007
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2006
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2005
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2004
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D