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Sem Rede

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

Sem Rede

30
Out11

Salário médio anual

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Um salário médio anual de 11.689 euros é a marca da nossa presença na estatística da OCDE, isto é, na cauda da Europa, atrás da Eslovéna que aderiu recentemente à União Europeia.

Imagine agora o leitor, se esse é o salário médio, como será uma pessoa com o salário mínimo, isto é, com menos de 7000 euros por ano.

Veja-se em Aventar a publicação da tabela da OCDE num post de Carlos Fonseca.

27
Out11

Liberdade

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"Es bleibt uns überall eine Freude. Der echte Schmerz begeistert. Wer auf sein Elend tritt steht höher. Und das ist herrlich, dass wir erst im Leiden recht der Seele freiheit fühlen". Holderlin, Hyperion

 

"Fica-nos por toda a parte sobretudo uma alegria. A dor pura entusiasma. Quem sobe sobre a própria miséria está mais alto. E é magnífico saber que só na dor sentimos bem a liberdade da alma"

 

Já Sartre punha a liberdade acima das contingências. Um homem livre era-o mesmo num campo de concentração.

 

24
Out11

Militares descontentes reivindicam exceção

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Já em 2007, no tempo de Sócrates, tinham os militares conseguido impor um tratamento excecional na reforma da administração pública, com uma disposição que assegurava que os militares não seriam incluídos - o que significava a manutenção dos privilégios deste "corpo especial".

Agora, vemo-los de novo em pé de guerra. Põem-se assim, evidentemente, como outros setores do estado, quando sentem que o governo lhes está a mexer nos bolsos.

No encontro nacional de 22 de Outubro, vemos, então, duas personagens curiosas: um sargento dos dias de hoje e um capitão de Abril, Vasco Lourenço, a argumentarem contra os cortes no rendimento dos militares no ativo e pensionistas. O segundo recordar-se-á que o 25 de Abril começou precisamente com a insatisfação dos capitães de carreira contra direitos outorgados a capitães milicianos. Acrescenta, por isso, o discurso igualitarista de solidariedade com todo o povo.

Contudo, quando se trata de reivindicar, fala-se claramente da especificidade dos militares como argumento maior. Então, se estes cortes são globais, aplicados a todos os assalariados do estado, que sentido faz falar da condição específica dos militares? É que Lima Coelho chegou a falar desses mesmos privilégios, como justificados precisamente por eles arriscarem a vida na defesa da pátria.

Os que arriscam realmente a vida são os que partem em efetivas missões e não todos os que o juraram fazer. Em todo o caso, não me compete contestar a justeza destas reivindicações. Apenas pretendo destacar a moldura discursiva, e ideológica, igualitarista e solidária utilizada para, na verdade, justificar uma exceção.

É com alguma graça que leio a ameaça velada dum novo 25 de Abril contra o PREC da direita. Se for, começará da mesma maneira do que o primeiro, com os interesses da carreira militar. Resta saber como acabaria uma tal contra-revolução (contra a dita revolução da direita, evidentemente).

 

19
Out11

Aprender a aprender

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Atentemos nas ideias-chave que há quase meio século dão forma ao nosso horizonte pedagógico:

- O que importa, sobretudo, na educação não é o que se aprende, mas aprender a aprender.

- O ambiente deve ser rico, diversificado e estimulante.

- É preferível pôr o aluno a descobrir do que lhe dar de mão-beijada os conteúdos. É neste "descobrir" que radica o "aprender a aprender".

- Importa evitar o decorar de coisas que não se compreendem plenamente.

 

Na Fundação Franciso Manuel dos Santos, num novo encontro de especialistas, contrapõe-se:

- O conhecimento implica prática, memorização e reforço, também através de testes (que não servem só para avaliar).

- O ambiente ganha em ser austero - paredes nuas - a fim de impedir distrações.

- Os textos devem ter a informação assinalada e sublinhada para facilitar a absorção.

- Envolvimento e atividade por parte dos alunos são requeridos no exercício e treino de competências. Fazer um teste faz parte do que se chama "atividade".

- Colocar problemas e pôr os alunos a raciocinar sobre hipóteses antecipando caminhos de resolução e a apresentação de soluções é uma boa prática. Se acham que isto é "descobrir", então ainda bem.

 

Aqui no Educare.

17
Out11

Então, e a igualdade de oportunidades? (continuação do post anterior)

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"Então, e a igualdade de oportunidades?"

"Isso é o que os liberais reivindicam. Os socialistas têm que ir mais longe"

"Todos com sucessos diferentes na vida, mas com igualdade plena perante a lei!"

"Todos com as mesmas oportunidades na vida, mas o que cada um consegue é consigo próprio, é da sua inteira responsabiblidade"

"O livre arbítrio: colhe o que semeaste!"

"Nós queremos mais do que isso. Queremos que todos tenham sucesso e achamos que é uma anomalia um aluno na escola não conseguir singrar nos estudos. Quando isso acontece, alguém está mal: a família, os serviços sociais, etc. Menos a própria criança. Ou ela tem um carimbo que a desculpa - disléxia, hiperatividade, síndrome de down, etc. - ou alguém é culpado pelo seu insucesso"

"Mas será que queremos mesmo a igualdade de oportunidades? Essa é a questão que te coloco."

"Evidentemente, defendo com unhas e dentes todos os apoios que o estado dá no sentido de afirmar a igualdade"

"Todos devem ter igual acesso à educação, à saúde, etc. Mas achas que todas as crianças têm as mesmas oportunidades que os teu filhos? Por exemplo, um dos teus filhos pratica natação e estuda inglês e música em escolas privadas"

"Não, infelizmente não podem, pois as famílias mal têm dinheiro para as ter na escola pública."

"E lembra-te daquela nossa amiga que tem uma criança com síndrome de down. Ela recebeu uma herança bastante grande que lhe permitiu criar já uma série de recursos para a filha. Por exemplo, a miúda vai ter um casa própria e uma bolsa mensal que lhe permitirá sobreviver quando a mãe já não a puder ajudar. Achas que esta criança tem as mesmas oportunidades do que outras crianças na mesma situação?"

"Não, tem melhores oportunidades do que outras que poderão contribuir mais para a comunidade."

"Se queres igualdade de oportunidades, não deverias preocupar-te com o que podes fazer no sentido de que as outras crianças tenham o mesmo do que os teus filhos têm?"

"Tenho que reconhecer que sim. Mas o que é que poderíamos fazer"

"Por exemplo, poderíamos proibir o negócio das escolas privadas. Isto é, nenhuma escola poderia pedir pagamentos pelo seu ensino, pois todos têm o mesmo direito ao ensino seja da música, seja da natação. Como, por exemplo, acontece na Finlândia."

"Não, não estou disposto a esperar que haja boas condições para todos terem acesso. Quero pagar já tudo o que os meus filhos precisarem."

"Podíamos também proibir a herança. Quando uma pessoa morre, tudo o que tem passa para a comunidade de maneira a impedir que uns comecem a vida com melhores condições do que outros. Também se todos têm direito à saúde, à educação e ao trabalho (de acordo com as suas competências), para que precisarão daquilo que os pais lhe poderiam deixar?"

"Não, não desejo isso, quero preparar a vida dos meus filhos tão bem quanto possível e essa é um das minhas motivações para trabalhar e subir na vida."

"Então tens que reconhecer que és contra a igualdade de oportunidades."

"Mas eu quero que o estado apoie aqueles que têm menos recursos do que eu para dar aos meus filhos"

"Penso o mesmo que tu. Também sou contra a igualdade de oportunidades que seria uma imposição necessariamente feita por baixo. Acho que os pais têm que ter o direito de fazer o melhor possível pelos seus."

"Mas ficamos ofendidos com a miséria, com a falta de oportunidades e, sobretudo, com o talento desperdiçado por falta de condições."

"É isso. Queremos políticas públicas que ofereçam condições e oportunidades a toda a gente. Mas não abdicamos do nosso compromisso - primeiro - de favorecer ao máximo os nossos filhos. Mas a igualdade de oportunidades é também ela tendencial. O estado, isto é, todos nós, deve compensar desvantagens. Sabemos que o talento vence as piores adversidades e, muitos singram com carências insuportáveis. Mas, como socialistas que nos prezamos ser, queremos mais do que uma pesca de talentos nas classes mais desfavorecidas. queremos que todos tenham direito à educação, à saúde, etc. Queremos que ninguém fique desamparado sem saber o que há-de fazer da sua vida. Mas a igualdade de oportunidades é um slogan hipócrita. Estou em crer que a maior parte dos que o defendem são na realidade contra ele"

13
Out11

Krugman sobre os protestos de Wall Street

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Agrada-me ver Paul Krugman a fazer o contraponto entre o Tea Party e o Occupy Wall Street nas páginas do New York Times (http://www.nytimes.com/2011/10/10/opinion/panic-of-the-plutocrats.html?_r=1&WT.mc_id=NYT-E-I-NYT-E-AT-1012-L23). Mostra como as críticas endereçadas por gente da área dos republicanos aos protestos de Wall Streeet baseia-se nos interesses de uma ínfima parte da população. Trata-se de facto de "plutocratas em pânico". Pelo contrário, os acontecimentos relacionados com o Tea Party tiveram aspectos de desordem e violência maiores do que o Occupy... onde Krugman assinala alguma sobrerreacção policial.

Que temem então os mais ricos de entre os ricos? Que algumas das reivindicações dos revoltados façam o seu caminho. Hiperreagiram, por exemplo, quando lhes foi exigido pela "Volcker rule" que os bancos que beneficiassem de garantias do estado não pudessem envolver-se em actividades especulativas de alto risco.

Krugman mostra muito clareza na distinção que faz entre os que enriquecem na actividade económica e na inovação tecnológica como Steve Jobs e os que vivem de esquemas financeiros altamente complexos que têm apenas como fim captar fluxos de capital para as suas contas sem benefícios para mais ninguém a não ser eles próprios. Ora, é esta gente de Wall Street que consegue, apesar da sua imensa riqueza, pagar menos impostos do que profissionais da classe média e que se encontra em pânico com os indignados que gritam à sua volta.

Não há dúvida que a relação entre a economia real e a actividade financeira ganhou uma grande atualidade. É bom lermos uma voz autorizada como a de Krugman a nos dizer isto mesmo para nos podermos rir dos banqueiros que querem dar lições de moral aos seus concidadãos como se as fontes da sua riqueza estivesse ao abrigo de qualquer reparo.

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