23
Nov06
Um ruido ensurdecedor
Redes
No debate sobre a TLEBS, investe-se tudo o que há à mão para atirar. Vários comentadores ficam nus, pois mostram a sua ignorância ou a falha num tópico - a gramática, qualquer que ela seja - a dita tradicional, a generativa, a funcionalista, a estruturalista, pouco importa, como o José Viegas a falar dos nomes epicenos, como se fosse coisa nova. Eu também não me lembraria, assim de repente. Mas tive o cuidado de, para cada item, socorrer-me de várias gramáticas, à medida que ia lendo a Terminologia.
Mas o que mais impressiona nisto tudo, é a mistura que se faz das coisas mais díspares: é mais uma pedra para atirar à ministra de entre várias outras que se arrolam.
No meio disto tudo, há uma luta interdepartamental, entre linguistas e homens da literatura.
Um comentador acusava a TLEBS de destruir o ensino da literatura, numa reedição da velha crítica de se sujeitar Os Lusíadas a exercícios de divisão de orações, no velho quinto ano dos liceus!
Parece querer-se arregimentar, dum lado, os linguistas, do outro, os literatos, forçando toda a gente a uma profissão de fé: "De que lado é que está?"
Eu, por exemplo, sou um defensor do cânone literário, dos livros que a história da literatura seleccionou como os melhores, os mais relevantes. Acho que a leitura desses textos deve valer por si própria e não como meios de desenvolver competências linguísticas ou discursivas em determinados modelos de texto, embora creia que a leitura de tais textos contribuirá para o desenvolvimento dessas ditas competências. A leitura deve servir-se de informação cultural, histórica, enciclopédica, mas também de análise gramatical e retórica, na medida certa.
Outra questão é a de que conceitos gramaticais é que nos devemos servir. Actualmente, não há nenhuma unidade terminológica. A que existe legalmente não é seguida há muito tempo, nem o poderia ser. Há professores que ensinam o mesmo tópico duma maneira, outros de outra, no mesmo nível de ensino.
A unificação da terminologia linguística deve ser discutida no seu próprio campo, o da gramática, conceito a conceito. Quem quisesse, devia já ter dado a sua contribuição, substantiva, nos anos em que nos Encontros de Professores de Português o assunto esteve em discussão.
Como acha que devemos definir Sujeito de uma frase? O que é e como se determina o Predicado? Estas questões parecem ser demasiado comezinhas para os grandes e pequenos críticos da TLEBS. Só linguistas, metódicos, que amam a língua e as línguas, é que têm investido neste trabalho.
Depois, há um outro campo, que é o de como é que vamos introduzindo as noções gramaticais no Ensino Básico e Secundário. Estas são, para mim, as únicas coisas que interessam. Quanto ao resto, esqueçamos.
Mas o que mais impressiona nisto tudo, é a mistura que se faz das coisas mais díspares: é mais uma pedra para atirar à ministra de entre várias outras que se arrolam.
No meio disto tudo, há uma luta interdepartamental, entre linguistas e homens da literatura.
Um comentador acusava a TLEBS de destruir o ensino da literatura, numa reedição da velha crítica de se sujeitar Os Lusíadas a exercícios de divisão de orações, no velho quinto ano dos liceus!
Parece querer-se arregimentar, dum lado, os linguistas, do outro, os literatos, forçando toda a gente a uma profissão de fé: "De que lado é que está?"
Eu, por exemplo, sou um defensor do cânone literário, dos livros que a história da literatura seleccionou como os melhores, os mais relevantes. Acho que a leitura desses textos deve valer por si própria e não como meios de desenvolver competências linguísticas ou discursivas em determinados modelos de texto, embora creia que a leitura de tais textos contribuirá para o desenvolvimento dessas ditas competências. A leitura deve servir-se de informação cultural, histórica, enciclopédica, mas também de análise gramatical e retórica, na medida certa.
Outra questão é a de que conceitos gramaticais é que nos devemos servir. Actualmente, não há nenhuma unidade terminológica. A que existe legalmente não é seguida há muito tempo, nem o poderia ser. Há professores que ensinam o mesmo tópico duma maneira, outros de outra, no mesmo nível de ensino.
A unificação da terminologia linguística deve ser discutida no seu próprio campo, o da gramática, conceito a conceito. Quem quisesse, devia já ter dado a sua contribuição, substantiva, nos anos em que nos Encontros de Professores de Português o assunto esteve em discussão.
Como acha que devemos definir Sujeito de uma frase? O que é e como se determina o Predicado? Estas questões parecem ser demasiado comezinhas para os grandes e pequenos críticos da TLEBS. Só linguistas, metódicos, que amam a língua e as línguas, é que têm investido neste trabalho.
Depois, há um outro campo, que é o de como é que vamos introduzindo as noções gramaticais no Ensino Básico e Secundário. Estas são, para mim, as únicas coisas que interessam. Quanto ao resto, esqueçamos.