20
Dez06
Fraccionários
Redes
Na minha leitura do ensaio de João Peres sobre a TLEBS, eu especulava:
«Quanto aos fraccionários que ele considera que se deveriam incluir, também eu andei de volta deles. Concluí que não estavam considerados como subclasse por não serem palavras, mas grupos nominais. Quando dizemos "um quarto dos alunos", "quarto" parece ser um nome.»
Contra esta minha observação, interveio tempodividido, com mais um dos seus elípticos, mas produtivos, comentários:
«E em: "cada vez que" - exemplo, na TLEBS, de conjunção subordinativa temporal no domínio das classes de palavras - "vez" parece-lhe o quê?»
Fui assim levado a reconsiderar a possibilidade de os fraccionários serem uma subclasse dos quantificadores, como locuções:
«Não há a menor dúvida que há argumentos sólidos para questionar a ausência dos fraccionários, entre os quantificadores... Seriam locuções, então...»
Tenho agora nas minhas mãos a recente Gramática de Clara Amorim e Catarina Sousa, com apoio científico de Mário Vilela e Alina Vilalva, publicada pela Areal. Na página 198, reproduzem-se argumentos similares aos meus para rejeitar a inclusão dos fraccionários e dos multiplicativos na classe dos quantificadores:
- em "um quarto de litro de vinho", "quarto" é um nome;
- em "meio frango", "meio" é um adjectivo.
- em "dei-te o dobro do tempo para fazeres o teste", "dobro" é um nome.
(Estes exemplos são meus, mas feitos de acordo com os da referida gramática)
«Quanto aos fraccionários que ele considera que se deveriam incluir, também eu andei de volta deles. Concluí que não estavam considerados como subclasse por não serem palavras, mas grupos nominais. Quando dizemos "um quarto dos alunos", "quarto" parece ser um nome.»
Contra esta minha observação, interveio tempodividido, com mais um dos seus elípticos, mas produtivos, comentários:
«E em: "cada vez que" - exemplo, na TLEBS, de conjunção subordinativa temporal no domínio das classes de palavras - "vez" parece-lhe o quê?»
Fui assim levado a reconsiderar a possibilidade de os fraccionários serem uma subclasse dos quantificadores, como locuções:
«Não há a menor dúvida que há argumentos sólidos para questionar a ausência dos fraccionários, entre os quantificadores... Seriam locuções, então...»
Tenho agora nas minhas mãos a recente Gramática de Clara Amorim e Catarina Sousa, com apoio científico de Mário Vilela e Alina Vilalva, publicada pela Areal. Na página 198, reproduzem-se argumentos similares aos meus para rejeitar a inclusão dos fraccionários e dos multiplicativos na classe dos quantificadores:
- em "um quarto de litro de vinho", "quarto" é um nome;
- em "meio frango", "meio" é um adjectivo.
- em "dei-te o dobro do tempo para fazeres o teste", "dobro" é um nome.
(Estes exemplos são meus, mas feitos de acordo com os da referida gramática)