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Sem Rede

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

Sem Rede

04
Fev08

Livre arbítrio

Redes

O "livre arbítrio" é, certamente, a mais importante das qualidades que nos fazem humanos à imagem de Deus (Génesis 1:27).

Deus tinha colocado no Jardim muitas árvores de fruto entre as quais se encontrava, mesmo no meio, "a árvore da vida" e, por perto, "a árvore da ciência do bem e do mal" (Génesis 2:9). De todas, o homem se poderia alimentar, excepto desta última: "No dia em que dela comeres, certamente morrerás (Génesis 2:9)".

Não se percebe bem se a proibição aconteceu antes ou depois do aparecimento da mulher, pois o texto relata num versículo a criação do homem, logo a seguir à dos outros animais, para depois mais à frente, contar-nos o episódio da costela de Adão. Nesse primeiro versículo, aparece já a referência a macho e fémea: "E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; macho e fémea os criou".

Após a proibição, Deus olha para o homem e vê-o só, com falta de uma companheira. Faz desfilar todos os animais do jardim para ver se ele encontra alguma que lhe sirva e, perante o fracasso, decide-se pela célebre cirurgia e empreendimento genético de onde nasceu Eva - uma escolha pela negativa de Adão.

Este episódio pode ser entendido como uma analepse para explicar em pormenor como tinha sucedido o facto já referido, mas nada o indica a não ser um subtítulo colocado a posteriori entre os versículos 17 e 18 do capítulo 2.

Seja como for, quando Eva é interpelada pela serpente, já estava ao corrente da proibição. Quando ela a informa, a serpente desmente Deus: "Certamente, não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal" (Génesis 3:4,5).

O que a serpente dizia não era inteiramente falso. Adão sabia que aquela árvore era a da ciência do bem e do mal. Portanto, se Deus o tinha criado à sua imagem, porque lhe estava vedado o conhecimento do bem e do mal? Não há muitas soluções para este paradoxo. Se o livre arbítrio fazia parte da criação original, como se pode exercê-lo com ignorância? Por outro lado, como poderia Adão saber quão errado era desobedecer se desconhecia o bem e o mal?

Quando Eva veio, toda delico-doce, com o fruto na mão, Adão, talvez se tenha decidido a esbanjar a vida eterna, não só por ela, mas também pelo livre arbítrio,. Talvez também lhe tenha ocorrido o peso da responsabilidade de ser uma personagem principal e tenha comido do fruto para tornar possível um história que ficaria por contar.

Os castigos deste lamentável incidente são conhecidos. No fim, Deus concluiu justamente que só depois da QUEDA, o homem ficou verdadeiramente à sua imagem: "Eis que o homem é como um de Nós, sabendo o bem e o mal" (Génesis 3:22).

Para evitar que o homem atinja a igualdade perfeita comendo o fruto da árvore da vida, Deus expulsa-o do Jardim.

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