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"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

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02
Nov04

O problema de Deus - a revelação (1)

Redes
A elevação deste problema e a inteligência dos que já trataram dele deviam ser suficientes para me calar. Mas, tal e qual como Adão que não cedeu à atracção do fruto do conhecimento do que é bom e do que é mau, também eu não consigo deixar de tornar públicas as minhas inquietações.

Deus é um problema demasiado extenso para ser tratado duma só vez. Distingo à primeira vista vários aspectos:


- O que é Deus (qual a sua consistência, forma, matéria, função, etc.)

- A Sua existência (isto é, uma vez sabendo o que é, podemos discutir se existe ou não)

- Quais são as suas manifestações (isto é, como é que ele comunica connosco, qual a relevância da sua existência)

Estes aspectos apesar de interdependentes, são distintos. Frequentemente, inverte-se a hierarquia destas questões.

Por exemplo, quanto ao primeiro aspecto, eu sei como era Pégaso: era um cavalo com asas que voava e pertencia a Hércules. Se aparecesse aqui um cavalo com asas, eu diria "cá está, um cavalo da espécie de Pégaso". Imagino como seria tal criatura em muitos aspectos: pelagem, crina, rabo, asas. Até me imagino a fazer-lhe festas!
Contudo, acharia extraordinário que tal coisa me aparecesse viva, pois não tenho notícia nem experiência da sua existência fora dos mitos e das histórias a que pertence.
Isso mostra que podemos saber como uma coisa é e aceitar a sua não existência, pelo menos até prova em contrário.

E agora, a respeito de Deus, será que podemos saber o que é, imaginá-lo, antes de questionar se existe ou não? Não se trata de uma questão retórica. Talvez alguns nos digam que sim

São muitos os que dizem ter visto a Nossa Senhora, aquela que é dita mãe de Deus, aparecer. Supostamente, tais pessoas deveriam saber o que era a Nossa Senhora da mesma maneira que eu sei o que é um cavalo alado, de tal maneira que quando ela lhes apareceu terão dito, com toda a naturalidade: "olha, lá está ela a Nossa Senhora!"
Ou será que tê-la-ão conhecido a partir da sua aparição?

Aqui vem o terceiro aspecto que é o da relação de Deus connosco, o problema das suas manifestações. Aí temos a questão da revelação. A alguns dá Deus o privilégio de se revelar. Pessoas como Adão, Eva, Caim, Abraão, Jacó, Moisés, Elias, Isaías, Jesus, São Paulo, São João e os pastorinhos de Fátima tiveram um contacto directo que serve de testemunho para todos os outros. Até ao descrente do S. Tomé foi dado esse privilégio de um encontro imediato.
Todos os outros têm que se contentar com inúmeras mediações, entre narrações e narrações de narrações. Maior que o mistério da Revelação só o da Fé. E pos aqui me fico com a consciência de não ter acrescentado nada ao que já foi dito por muitos outros, entre os quais Espinosa, no século XVII.

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