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Sem Rede

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

Sem Rede

06
Out05

Ainda o vencimento do Governador do Banco de Portugal

Redes
Da lei orgância do Banco de Portugal, Art. 40.º:
"Os membros do conselho de administração:
a) Têm direito à retribuição que for estabelecida anualmente por uma comissão de vencimentos constituída pelo Ministro das Finanças ou um seu representante, que presidirá, pelo presidente do conselho de auditoria e por um antigo governador, designado para o efeito pelo conselho consultivo;
b) Gozam das regalias de natureza social atribuídas aos trabalhadores do Banco, nomeadamente, e atentas as condições específicas das suas funções, os benefícios de reforma ou aposentação e sobrevivência, nos termos fixados pela comissão de vencimentos;"
Três ou quatro pessoas definem no maior secretismo este vencimento que sai do erário público. Repare-se que o ministro das finanças, quero dizer, o governo é politicamente responsável por este vencimento, mas não tem que o explicar a ninguémn porque ele é secreto. A dita comissão de vencimentos também decide as espantosas reformas de que estes senhores - governador e vices - beneficiam.
Em Portugal temos demais disto: pessoas que se autoavaliam e que são excelentes, todas elas. Já se viu alguém criticar acerrimamente algum detentor de um cargo de nomeação? Não, não é preciso. Eles estarão lá até os eleitos o desejarem, ou o substituirem por alguém da sua área de influência! E, quando saírem, será sempre com louvores, seja o Miguel Beleza ou o Vitctor Constâncio. Todos têm o desplante de aparecerem como politicamente neutros, como se estivessem num verdadeiro mercado de trabalho, independente do governo e do parlamento, e não numa rodízio de privilégios.
02
Out05

Eles comem tudo e não deixam nada

Redes
Gostava de ver na televisão, aquele que, no mundo das ideias de Platão, seria a imagem da seriedade. Aparecia sempre com papéis debaixo do braço, era o homem que sabia da verdade das contas públicas e que a pedido dos governos a comunicava imparcialmente. Pois este homem, que vem pôr os pontos nos i, que aparentemente desoculta o que todos os outros escondem, a verdade orçamental, esconde de todos nós precisamente... aquilo que lhe pagamos.

O vencimento de Constâncio, segundo publicitado pelo Independente, pelo Correio da Manhã e pelo requerimento do deputado Agostinho Lopes, ascende a 272.628 euros por ano o que ultrapassa o vencimento do lendário Allan Greenspan que se limita a 146 mil euros. Podia-se dar o caso de um ter um patrão rico e outro um patrão pobre ou então do currículo do administrador do nosso banco central ultrapassar em mérito o do presidente da Reserva Federal dos EUA. Ora tudo isto joga no sentido contrário, de diminuir Constâncio e aumentar Greenspan. Enfim, talvez, Constâncio seja tão procurado que, para o retermos, não temos outro remédio senão pagar-lhe mais de 50 mil contos por ano.

O maior escândalo, contudo, é que este salário é rodeado do maior secretismo. Não sabemos de que fonte foi obtida esta informação e o Banco de Portugal recusa-se a dizer quanto paga aos seus administradores. Se a informação é verdadeira, temos que dizer: "Viv'ós comunistas! Viv'á imprensa livre!" Sei que são duas coisas contraditórias, mas que, felizmente, em democracia se conjugam muito bem!

A democracia só ganha em discutir o que esta gente ganha, se merecem esse dinheiro ou não, se não há ninguém que consiga desempenhar esse cargo por um pouco menos... nem que seja o próprio Greenspan!

Parece-nos cada vez mais que já não temos referências éticas nem à esquerda nem à direita. Se pensarmos que alguém está na política a defender ideais e princípios claros, sem nada ter a esconder, é melhor desconfiar...

Até agora eu pensava que era contraditório um dirigente público ter um vencimento secreto de cerca de 50 000 contos por ano e considerar-se socialista, sobretudo se essa pessoa está precisamente a exigir sacrifícios duríssimos aos seus concidadãos.

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