Debtocracy - é a nossa dívida "odiosa"?
Neste documentário, questiona-se a legitimidade da imposição da dívida aos cidadãos da Grécia. Os analistas, onde pontuam algumas caras célebres da esquerda internacional como é o caso do velho Samir Amin, recorrem ao conceito de "dívida odiosa" para justificar a recusa do seu pagamento. Invocam-se precedentes como o perdão da dívida iraquiana exigido pelos EUA aos seus parceiros e o Equador que reanalisou todas as dívidas, uma a uma, para renegociá-las.
Será aceitável decidir que as dívidas contraídas por governos democráticos são ilegítimas, portanto, odiosas? Se se comprovar que as nossas dívidas serviram para funções do estado como a saúde, os transportes e a defesa, que o país tem de facto vivido acima do que a sua economia comporta, creio que não temos outro remédio, senão pagá-las. Mesmo a que resulta das parcerias público-privadas para estradas e hospitais (cerca de 60 mil milhões de euros) ou de má gestão nas empresas públicas (100 mil milhões)! Contudo, paira o fantasma da suspeita: há interesses privados a aumentar o valor desses contratos ou na decisão de os realizar? Há alguma diferença entre os nossos submarinos e os da Grécia?