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Sem Rede

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

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31
Jul17

Processos de transformação social

Redes

"A morte prematura de Hugo Chávez em 2013 e a queda do preço do petróleo em 2014 causou um abalo profundo nos processos de transformação social então em curso."

Esta citação de Boaventura Sousa Santos, do artigo citado no "post" anterior, expõe os princípios a que o autor se cinge quando analisa os acontecimentos da Venezuela.

Há um processo de transformação social em curso em direção a um qualquer ideal social, perante o qual muitos factos incómodos podem ser ignorados. Os princípios éticos e políticos devem ser aplicados em subordinação a este fim mais elevado da revolução em curso.

Vamos ignorar as violações dos direitos de cidadãos, de jornalistas, de magistrados, de deputados, etc, que não se encaixam e perturbam a revolução bolivariana. Não importa a riqueza da família Chávez, o nepotismo da seleção de deputados da Constituinte, o sequestro do poder legislativo pelo executivo através da corrupção do judicial. Nada do que se opõe à revolução, ao processo de transformação social, interessa. 

Compreendo esta conceção porque já a tive inscrita no meu quadro mental. Em 1984, conclui que estava errado. Toda a minha forma de julgamento político cinge-se a princípios superiores aos factos que analiso. Pouco importa que simpatize ou não com Sócrates, Dilma ou Lula. Quando se trata dos factos de que são acusados, apenas estes estão em causa e não qualquer processo em curso. O que desejo é que se chegue à verdade e que paguem o preço dos seus erros.

31
Jul17

"Colectivos" - o partido armado na Venezuela

Redes

Venezuela

«A agência EFE avança que outros dois activistas da oposição, Marcel Pereira e Iraldo Guitérrez, foram mortos em Mérida por elementos dos "colectivos" – grupos armados afectos ao Governo venezuelano.»

https://www.publico.pt/2017/07/30/mundo/noticia/maduro-deitou-o-primeiro-voto-pela-paz-mas-o-sistema-nao-reconheceu-o-seu-nome-1780808

Os "Colectivos" são o partido armado chavista - a inovação que Mussolini e Hitler aprenderam de Lenine e que depois, todos os outros repetiram. Enquanto participam nas eleições "burguesas", preparam-se para a revolução socialista, proletária, peronista, agora, a bolivariana, pela força (não poderia ser de outra forma). Guardas vermelhos, camisas negras, camisas castanhas, etc e, agora, colectivos na Venezuela.

29
Jul17

Nicolás Maduro defendido por Boaventura Sousa Santos

Redes

"Em defesa da Venezuela" é o título do artigo de BSS no Público.

A primeira manobra de retórica é mesmo essa sinédoque de chamar Venezuela ao governo de Maduro.

Não percebo o que é que leva Boaventura Sousa Santos a defender o presidente da Venezuela. Fala em "revolução bolivariana", em petróleo, em pôr os pobres contra o governo, coisas que não vêm ao caso do que vemos todos os dias. Não nos traz qualquer nova informação a respeito do essencial que nos permita alterar o nosso juízo.

Culpa os EUA da deterioração da situação:

"A situação foi-se deteriorando até que, em dezembro de 2015, a oposição conquistou a maioria na Assembleia Nacional."

Que a oposição tenha ganho as eleições é algo perfeitamente normal em democracia. BSS não responde à questão de onde é que está o problema, se na oposição, se no governo.

"O Tribunal Supremo suspendeu quatro deputados por alegada fraude eleitoral, a Assembleia Nacional desobedeceu, e a partir daí a confrontação institucional agravou-se e foi progressivamente alastrando para a rua, alimentada também pela grave crise económica e de abastecimentos que entretanto explodiu."

BSS não avalia os motivos por que a Assembleia Nacional não aceitou a suspensão dos deputados pelo Tribunal Supremo. Se há motivos válidos ou não para duvidar da correção desta sentença, se podemos aceitar que há uma separação de poderes efetiva entre o legislativo e o executivo, se a decisão do tribunal não tinha a intenção de estragar a maioria obtida pela oposição.

"Entretanto, o Presidente Maduro tomou a iniciativa de convocar uma Assembleia Constituinte (AC) para o dia 30 de Julho e os EUA ameaçam com mais sanções se as eleições ocorrerem. É sabido que esta iniciativa visa ultrapassar a obstrução da Assembleia Nacional dominada pela oposição."

É aceitável em termos políticos ultrapassar a obstrução do parlamento com uma mudança de regime? A constituinte que Maduro propõe vai contra os partidos que serão substituídos por uma distribuição dos representantes de acordo com categorias pre-fixadas por ele: tanta percentagem para trabalhadores, tanta para índios, tanta para aposentados, etc. Na democracia representativa, só existe uma categoria: cidadãos. Se há liberdade de associação e os cidadãos têm que eleger representantes, é natural que haja "partidos" e que todos os possam criar se tiverem apoios suficientes de outros cidadãos para isso, o que tem acontecido muito na Europa.

Se há uma maioria que foi eleita democraticamente com a mesma constituição que elegeu Chavez e Maduro e que não concorda com o processo da Constituinte, que tem visto os seus poderes capturados por um poder judicial que, tudo indica, é uma mera extensão do executivo, que pode fazer, senão protestar?

É esse direito que é rejeitado por BSS. A oposição teria que aceitar a "revolução bolivariana", de acordo com BSS, e não protestar.

"Mas nada disso justifica o clima insurrecional que a oposição radicalizou nas últimas semanas e que tem por objetivo, não corrigir os erros da revolução bolivariana, mas sim pôr-lhe fim "

Para mim, o importante é ver quem está a fazer jogo sujo, quem está a abusar do seu poder e é para mim evidente que é o governo com a cumplicidade do Tribunal Supremo e não a Assembleia Nacional, dominada pela oposição.

Concluindo, é em nome dessa sua posição - a revolução chavista - e não da democracia formal (representativa) que BSS intervém.

Tudo o que ele diz sobre petróleo, EUA, neo-liberalismo, etc. não passa de tretas, as mesmas que falam do bloqueio a Cuba como causa da sua miséria e não veem a falência do modelo económico e político cubano, ou chavista.

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