Eleições nas Escolas de Sto Onofre
A Comissão Administrativa Provisória do Agrupamento de Escolas de Santo Onofre deu início à eleição dos representantes do pessoal docente para o Conselho Geral Transitório que irá rever o Regulamento Interno e abrir concurso para o Director do Agrupamento.
Esta decisão neste momento prolonga o mesmo erro que o governo cometeu ao exonerar o Conselho Executivo e ao nomear uma Comissão Administrativa estranha à escola. Como o conselho geral transitório não foi constituído até agora por falta de interesse dos professores e não por omissão do Conselho Executivo, a nomeação da CAP não é condição suficiente para a solução do problema.
Se o governo não tivesse cometido este erro, o Conselho Executivo terminaria o seu mandato e a única solução legal seria o ajuste da escola ao novo modelo de gestão ou a qualquer outro que entretanto viesse a ser promulgado, pois nestas coisas nunca se sabe se vai aparecer um simplex ou, mesmo, um simplex do simplex. A pressa deste governo resulta no atropelo constante das pessoas.
A situação actual é parecida com a que lhe deu origem. A escola está na expectativa de uma decisão judicial que poderá repor o conselho executivo cessante. Sabendo disso, é um erro a CAP dar início a este processo eleitoral porque:
- ele pode ser posto em questão pela providência cautelar.
- é um erro realizar um processo eleitoral neste ambiente em que a generalidade dos professores continuará a não participar. O facto de haver só uma lista é a confirmação do que disse.
- é pouco provável que colegas com experiência de gestão escolar e participantes da história destas escolas se candidatem ao cargo de director neste quadro. O resultado será o cargo de director ir parar às mãos dum estranho que terá as mesmas dificuldades da nossa CAP.
Se a Comissão Administrativa quisesse levar a bom termo a sua difícil missão, deveria suspender de imediato este processo, esperar pela providência cautelar e então avançar, se fosse esse o caso.
Esta pressa, fazer a eleição antes que se saiba o resultado do processo judicial em curso, é, como já disse, a mimese do erro cometido pelo governo. Vai começar um jogo enquanto a maior parte dos jogadores ainda não chegou ao estádio. Não sei quem beneficiará desta acção. No melhor dos casos, serão os próprios membros da CAP que, evidentemente, querem sair o mais depressa possível da sua incómoda situação.
Os colegas que aderiram e fizeram lista, fizeram-no com boa intenção, tanto que houve mais do que uma lista em preparação. A situação actual é prejudicial para o ambiente de trabalho da escola e viram nesta eleição uma possível saída, com a regularização das coisas.
Mas agora acho que a lista deverá ser retirada e não devemos participar neste processo cheio de equívocos. Eu, por mim, não me sinto em condições de votar.