22
Jun05
Quanto tempo dá por cada consulta do seu médico?
Redes
Umas dores lombares, resquÃcio dum acidente desportivo, levaram-me ao ortopedista. Havia muito que adiava aquela consulta, requerida pelo médico de clÃnica geral. Como gosto de natação e de outras actividades fÃsicas, apesar de as praticar irregularmente, temia ouvir uma série de proibições em catadupa. Um dia, lá me resolvi, que mais não fosse para poder colocar um “x” de “feito” na lista de tarefas da minha agenda.
Preparava-me para uma longa explanação, quando o médico, me fez, em três minutos, algumas perguntas de “sim” ou “não” e, impedindo qualquer exercÃcio retórico do paciente, deu a sua receita: “meu amigo, você tem é que fazer exercÃcio, ir para um ginásio”. Nada de mais exames – eu esperava uma ecografia da coluna -, apenas isso: “vá a um ginásio”. Nem tipos de exercÃcios, nada!
Pagos 70 euros por esta célere consulta de cerca de 5 minutos, aà incluÃdas saudações e despedidas, pus-me a pensar no seguinte: quanto do meu tempo de trabalho está condensado nos 70 euros que eu dei por aqueles 5 minutos?
Imaginei então uma situação modelo: quantas horas é que um trabalhador de formação superior tem de dar, em troca, por uma hora de um médico, considerando uma consulta de duração de meia-hora – um tempo infindável para muitos médicos – ao preço de 50 euros e um salário mensal de cerca de 1500 euros. Lembro que o salário médio do trabalhador por conta de outrem, em Portugal, anda pelos 900 euros. Faça as contas, se quiser.
Eu cheguei à seguinte conclusão. O médico cobra ao seu ex-colega da academia, mas de outro curso menos promissor, 10 horas por cada uma das suas. Isto é, para pagar a meia-hora de consulta, o licenciado teve que pagar 5 horas de trabalho. Infelizmente, a maior parte das consultas médicas é inferior a meia hora e raras são as que a ultrapassam.
Num próximo artigo, vou tentar explicar por que razão é que existe esta abissal diferença.
Reparem que não está aqui implÃcita nenhuma crÃtica aos rendimentos dos médicos, pois acho que devem ser exactamente como os das outras pessoas: tão altos quanto possÃvel. A questão é: por que razão pode esta discrepância ser tão grande?
Preparava-me para uma longa explanação, quando o médico, me fez, em três minutos, algumas perguntas de “sim” ou “não” e, impedindo qualquer exercÃcio retórico do paciente, deu a sua receita: “meu amigo, você tem é que fazer exercÃcio, ir para um ginásio”. Nada de mais exames – eu esperava uma ecografia da coluna -, apenas isso: “vá a um ginásio”. Nem tipos de exercÃcios, nada!
Pagos 70 euros por esta célere consulta de cerca de 5 minutos, aà incluÃdas saudações e despedidas, pus-me a pensar no seguinte: quanto do meu tempo de trabalho está condensado nos 70 euros que eu dei por aqueles 5 minutos?
Imaginei então uma situação modelo: quantas horas é que um trabalhador de formação superior tem de dar, em troca, por uma hora de um médico, considerando uma consulta de duração de meia-hora – um tempo infindável para muitos médicos – ao preço de 50 euros e um salário mensal de cerca de 1500 euros. Lembro que o salário médio do trabalhador por conta de outrem, em Portugal, anda pelos 900 euros. Faça as contas, se quiser.
Eu cheguei à seguinte conclusão. O médico cobra ao seu ex-colega da academia, mas de outro curso menos promissor, 10 horas por cada uma das suas. Isto é, para pagar a meia-hora de consulta, o licenciado teve que pagar 5 horas de trabalho. Infelizmente, a maior parte das consultas médicas é inferior a meia hora e raras são as que a ultrapassam.
Num próximo artigo, vou tentar explicar por que razão é que existe esta abissal diferença.
Reparem que não está aqui implÃcita nenhuma crÃtica aos rendimentos dos médicos, pois acho que devem ser exactamente como os das outras pessoas: tão altos quanto possÃvel. A questão é: por que razão pode esta discrepância ser tão grande?