Em relação ao post referido no item anterior que critica o economista espanhol citado em http://correntes.blogs.sapo.pt/1216240.html, não contesto que alguns dos factos económicos citados tenham acontecido em várias épocas da longa história do Império. Escassez de cereais para alimentar uma cada vez maior população urbana terá acontecido em Roma e em várias outras cidades do império, em menor escala. A falta de interesse na sua produção por parte dos agricultores, também. A magistral lição do senhor Jesus sugere explicitamente que dar dinheiro aos pobres leva à decadência. Ora bem, sabemos que o crescimento económico euro-americano que durou do fim da segunda guerra até à actualidade, um dos maiores períodos de crescimento da historia, com realizações notáveis como o modelo social europeu e a também notável segurança social americana, com um orçamento que Milton Friedmann dizia superior ao próprio orçamento de estado da URSS, baseava-se no aumento da procura através precisamente do subsídio dos desempregados e das reformas. Estamos numa perspectiva keynesiana totalmente adversa ao que Jesus diz no video.
Contesto que esses fatos conjunturais da economia expliquem suficientemente a queda do Império. De resto, as invasões do séc. V são um facto excecional que não tem comparação com qualquer outra ameaça que o Império tenha enfrentado anteriormente. Essas movimentações étnicas foram de longo alcance e tiveram impactos em quase todo o mundo habitado da altura, incluindo o império chinês.