Novas metas, novos manuais escolares
As editoras seguem febrilmente as iniciativas legislativas no campo da educação. Não há nada de novo que apareça que não conduza a um novo projeto editorial. A publicação das metas culrriculares revistas, pois já as havia, conduziram à atualização dos manuais.
No caso do Português do 2º ciclo, com a inserção de outros textos com os respetivos materiais didáticos, os manuais já não são os que foram escolhidos pelas escolas, numa seleção que deveria ter uma validade de 6 anos.
Se o sistema fosse coerente, as escolas deveriam analisar de novo a oferta e fazer uma nova seleção de entre os novos manuais.
Esta opção, a dita atualização, prejudicará as famílias grandes que terão que gastar mais dinheiro do que o previsto, pois o manual de Português já não pode transitar para os mais novos.
A necessidade de rever os manuais prova que as metas são, na verdade, uma nova proposta programática. A criação duma nova área - a educação literária - e a mudança dos termos programáticos evidenciam uma cruzada contra os programas em vigor. Mas estes surgiram de um trabalho muito extenso, com reflexões aprofundadas sobre o ensino da gramática, da oralidade, da leitura e da escrita e incluíram um grande programa de formação de professores a nível nacional que movimentou muita gente.