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Sem Rede

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

Sem Rede

19
Jun10

Socialismo venezuelano

Redes

(Daqui: (http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noticias/midias-nacionais/brasil/jornal-de-brasilia/2010/05/22/chavez-confisca-100t-de-comida)

 

"Não há comida nas lojas, mas a oposição diz que há 75 mil toneladas de alimentos a apodrecer nos armazéns" - Onde é que eu já vi isto?

Foi nas lojas do povo de Moçambique. Prateleiras vazias. Contudo, conhecíamos líderes de empresas estatais e funcionários intermédios, em casa dos quais apareciam os produtos em falta e outros. Por vezes, a anedota era notícia propalada de boca em boca. Alguém tinha visto numa loja do interior rural, produtos de luxo, como perfumes, mas falta de arroz, óleo e sabão. Os produtos, em vez de irem para as prateleiras das lojas, apareciam no mercado negro a cinco ou seis vezes o preço tabelado.

Antes das nacionalizações, havia uma extensa rede de cantineiros, a maior parte de origem portuguesa e indiana. Essas pessoas compravam os produtos dos camponeses - amêndoa de cajú, milho e etc. - e vendiam-lhes o que eles precisavam. Conheciam o seu mercado e não se arriscavam de ânimo leve a colocar nas suas prateleiras coisas esquisitas que os poderiam levar a perder dinheiro. Para funcionários do sistema estatal trata-se apenas de se desembaraçar de stocks que não lhes pertencem. Têm apenas de os despachar para as lojas.

E isso está a acontecer na Venezuela. De pouco adianta acusar os funcionários de corrupção, como muitas vezes vi em Moçambique. O mercado é um sistema em que cada um prossegue os seus fins e as decisões fazem-se pelo confronto de milhares de decisões individuais. Nenhum sistema de planificação central consegue substituir a eficácia do mercado. E, depois, por mais que se diga o contrário, os gestores do sistema estatal não deixarão nunca de fazer prevalecer os seus interesses privados dentro do Estado.

Chavez está a levar a Venezuela para o empobrecimento dum socialismo centralizado. Agora quer nacionalizar a maior empresa de produção alimentar do país.

Os críticos do governo de Chávez  afirmam que a escassez de alimentos  ocorre pela opção pelo socialismo  do governo que, na opinião  deles, reduz a produção de alimentos,  que está cada vez mais nas mãos  do setor público.

O presidente afirma que o problema  está no setor privado, em  companhias como a Polar que, segundo  ele, exportam secretamente  produtos para lucrar mais, em vez de  vendê-los na Venezuela, onde os  preços são controlados. (página do Itamaraty, Negócios Estrangeiros do governo brasileiro, http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noticias/midias-nacionais/brasil/jornal-de-brasilia/2010/05/22/chavez-confisca-100t-de-comida)

Quem será que tem razão?

15
Fev05

Para acabar de vez com a nomenclaturaPolítica

Redes

Já todos sabemos isto: eles circulam entre os cargos disponíveis de acordo com um "top", um "ranking" que têm combinado entre eles. Nós, cá em baixo, limitamo-nos a votar por grosso, depois da parte do retalho, tratam eles. Quem estiver abaixo, esteja onde estiver, dá o lugar a quem vem descendo. Por exemplo, Fernando Gomes cai da cadeira de ministro, e Nuno Cardoso afasta-se e dá o lugar. Será o que acontecerá entre Carmona e Santana.

O objectivo destes senhores pode ser bem mais prosaico do que imaginamos. Pode ser, por exemplo, cumprir o número de anos necessário para ter acesso a uma choruda reforma. Então vá de deixar a Câmara Municipal, por uns tempos, a um ascendente sequioso de poder, e reivindicar a cadeira de deputado ao otário que a ocupa por substituição, só para "fazer tempo".

Na hora de cozinhar as listas, todos sabemos que, em cada partido, há lugares cativos que existem por causa do dito "ranking", e há os novos que o Secretário-Geral ou o Presidente quer impor, quer em lugares elegíveis, quer em lugares não elegíveis. E, só por fim, os que são recomendados pelas distritais.

Enfim, cada um vai, subindo, ganhando o seu lugarzinho, pondo-se em bicos de pés, quando necessário, para ver se entra no "ranking". Muitos estão há dezenas de anos nisto, nesta coisa dos vasos comunicantes das autárquicas, para as legislativas e, destas, para as europeias, sem que nós nos consigamos lembrar do seu rosto, do que nos disse e do que fez para que tivéssemos votado nele. Só nos lembramos da cara do secretário-geral e pouco mais. E assim se faz uma carreira, com as amizades certas e com algum mérito, talvez.

Que aconteceria se os vasos fossem cortados? Se quem estivesse numa câmara, não se pudesse candidatar a deputado por estar comprometido com um mandato? E, se o quisesse fazer, tivesse que abandonar de vez o cargo autárquico? Se perdesse a eleição, voltaria ao seu trabalho anterior à função autárquica, mas não recuperaria o lugar.

No mínimo, os cargos públicos deveriam ser desempenhados inteiramente e, uma vez eleito para um novo cargo, haveria lugar a uma única decisão, por um ou por outro. Mas isto é apenas o que eu considero o mínimo de decência. Pois, por minha vontade, quem ocupasse um cargo público elegível, não se poderia candidatar a outro.

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