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Sem Rede

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

Sem Rede

20
Fev12

Pinheirinho

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O que aconteceu na favela do Pinheirinho que fica em São José do Campo no Estado de São Paulo?

Deixo de lado a questão de se houve mortos ou não, pois não consegui resolvê-la. Alguns vídeos no YouTube dizem que sim, mas não apresentam evidências satisfatórias e a polícia diz que não.

Cerca de 10000 pessoas foram expulsas das suas casas por ordem do prefeito e, ao que parece, do próprio governador - pois se o primeiro manda na polícia municipal, o segundo manda na polícia militar estadual. O proprietário do terreno é um tal Naji Nahas através da sua empresa Selecta que, estando falida, precisa de liquidez para pagar as dívidas. Embora o conflito fundiário persista há mais de trinta anos, teve a 22 de Janeiro este triste desfecho pelas piores razões.

Embora haja uma ordem judicial, a sua aplicação implica interesses de milhares de pessoas que viviam, é certo, em terra que não lhes pertencia, mas são cerca de 10 000 corpos que têm que ter um lugar onde estar. E este é o aspeto político que, quanto a mim, sobreleva os interesses da Selecta e do seu proprietário. O prefeito Eduardo Cury e o governador Geraldo Alckmin são culpados desta violência desmedida, desta cedência a interesses mesquinhos perante o drama das pessoas pobres que por ali viviam.

Do que vi no Youtube, prefiro o relato emocionado, mas ideologicamente tranquilo de Ricardo Boechat.

 

05
Nov11

Relocalização

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Operário americano da Master Lock

(in http://www.uaw.org/articles/some-jobs-finally-return-master-lock)

Há várias empresas americanas a abandonar a China para voltar a produzir nos Estados Unidos Eis um exemplo: Some jobs finally return at Master Lock. Não pensem que se trata de um caso singular. O título do artigo do Expresso em que me baseio é sugestivo: "China devolve 3 milhões de empregos aos EUA".

Este movimento teria que acontecer num momento ou noutro. A economia tem muito a ver com os vasos comunicantes. Se os salários chineses sobem, as vantagens competitivas perdem-se, pois há muitos outros custos que penalizam as exportações chinesas: tarifas alfandegárias, transporte, etc.

Mas há um fator que não é tido em conta no artigo que li hoje no Expresso, Economia sobre este assunto. Se o destino dos produtos que marcas americanas produzem na China é o mercado americano, os americanos têm que ter rendimentos para serem esse mercado. Se estão no desemprego, têm menor poder de compra.

À medida que sobem os salários chineses, diminuem os americanos - os vasos comunicantes de que falei atrás. Assim, a Ford paga o trabalho a 14 dólares à hora, menos 10 dólares do que há cinco anos atrás. Acrescenta-se que a descida salarial americana não tem que chegar ao nível salarial chinês, pela simples razão de os americanos serem muito mais produtivos - diz um fabricante de cadeados que os americanos produzem 30 vezes mais cadeados. A diminuição do nível de vida não segue na mesma proporção, pois os preços também se mantém baixos, ou diminuem numa economia baseada na livre concorrência.

Creio que a crise europeia é uma peça neste reajustamento entre as economias emergentes e as economias desenvolvidas do velho e do novo mundo: "Eles sobem, nós descemos".

18
Jul11

Ai! Que moodys!

Redes

 

(Imagem extraída de goldenbroker.com)

 

Os ratings das agências financeiras estão a pôr em causa o orgulho nacional dos cidadãos dos países que descem na escala que classifica a sua dívida. Como se pode ver, os EUA e o seu presidente não escapam a esta mágoa.

Dívida dos EUA: chegou a «altura de decidir» | agência financeira

Vale a pena pensar um pouco sobre o valor destas classificações. No caso em apreço, o que a Standard & Poors está a fazer é apenas a pressionar os republicanos para se entenderem com os democratas. Eles só se importam com a sáude financeira do Estado no sentido em que a dívida mantenha o mesmo grau de segurança para os investidores. Se os EUA entrarem em incumprimento, os títulos de dívida serão menos atractivos. A Standard & Poors recebe dinheiro do governo para lhe dar essa classificação, mas se ela for menos credível, os investidores olharão para as notas dadas por outras agências. Por isso, todas se adiantam com novas classificações, logo o cenário político e financeiro mude.

O que está aqui em jogo é um negócio com a credibilidade dos que se endividam, no que respeita aos países.

Deve o nosso orgulho nacional ficar magoado, humilhado, decepcionado, por causa disso?

Connosco, aconteceu tudo muito rápido. No princípio deste ano, ainda estávamos no A3, embora já longe do AAA dos países do pelotão da frente da Europa. Quando a Moodys mudou o nosso "rating" para perto de lixo, os nossos pastéis de Belém, o sol, o mar e a areia das nossas praias, as nossas empresas de alta tecnologia e a nossa magnífica culinária continuaram tão boas como antes. O que aconteceu foi apenas que a nossa capacidade de endividamento diminuiu, coisa para que, há muito, nos alerta, a nossa Cassandra de serviço que é o Professor Medina Carreira.

Ora na justificação da nota, a Moodys diz o que o Bloco de Esquerda pede: que existe o perigo de restruturação da dívida.

08
Jan11

Quem compra a nossa dívida?

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É uma conversa muito interessante no bolsa na bolsa ponto come (Veja aqui).

 

Francisco Louçã acusa os bancos portugueses de estarem a financiar-se no BCE a 1% para emprestarem ao Estado a 7%. Portanto, nós estamos a dar-lhes 6%. E isso é um grande problema para Louçã. Contudo, os bancos ao comprarem a nossa dívida estão a prestar um serviço à Nação. Eles podem comprar dívida alemã que dá menos juros, mas é mais segura, ou a grega que dá mais rendimento mas é ainda menos segura.

Será que podemos acusá-los de nos estarem a roubar? Isto é de facto um negócio dos diabos. Os governos não podem financiar-se directamente no BCE. Na verdade, eles devem financiar-se com os impostos dos seus cidadãos. Quando pedem empréstimos, é porque estão a gastar demais. Quem está mal não é quem empresta mas quem pede.

Os juros estão altos? Ora um dos factores que os fazem altos é precisamente o facto da estrutura da nossa dívida ser em 75% estrangeira. Assim, poderíamos até acusar os bancos portugueses de não investirem o suficiente no Estado, não fosse o caso de o montante da dívida nacional ser demasiado grande para os nossos bancos e de eles, como quaisquer agentes económicos, também temerem pelo risco de incumprimento.

Quanto mais se investe na dívida, maior a procura, menor o juro. Assim, porque os acusamos? Ficamos contentes por saber que o BCE nos veio comprar dívida, o que faz na intenção de ajudar os estados europeus nesta crise.

Quanto a Louçã, paciência, é vítima dum paradoxo da teoria económica marxista. Creio que nunca conseguirão abeirar-se da economia real sem preconceitos. Quando não se limitam a ter um discurso analítico e crítico e querem intervir, não sabem o que dizer e fazer.

11
Mai10

Wolfgang Münchau

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A Europa está só a deitar dinheiro para os problemas. O que vale para o curto prazo. No longo prazo, tudo voltará à mesma, se não houver medidas de fundo que resolvam a insolvência da Grécia, de Portugal e Espanha.

Quem o diz é Wolfgang Münchau, o editor do Financial Times, crítico e cultor de uma alergia a Durão Barroso, "o conservador de um pequeno país".

Veja o texto no Umbigo: O Caos (Mesmo) À Esquina… 2.

Sobre a crítica de Munchau a Barroso: "Durão Barroso é o caniche de Angela Merkel"

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