Ai! Que moodys!
(Imagem extraída de goldenbroker.com)
Os ratings das agências financeiras estão a pôr em causa o orgulho nacional dos cidadãos dos países que descem na escala que classifica a sua dívida. Como se pode ver, os EUA e o seu presidente não escapam a esta mágoa.
Dívida dos EUA: chegou a «altura de decidir» | agência financeira
Vale a pena pensar um pouco sobre o valor destas classificações. No caso em apreço, o que a Standard & Poors está a fazer é apenas a pressionar os republicanos para se entenderem com os democratas. Eles só se importam com a sáude financeira do Estado no sentido em que a dívida mantenha o mesmo grau de segurança para os investidores. Se os EUA entrarem em incumprimento, os títulos de dívida serão menos atractivos. A Standard & Poors recebe dinheiro do governo para lhe dar essa classificação, mas se ela for menos credível, os investidores olharão para as notas dadas por outras agências. Por isso, todas se adiantam com novas classificações, logo o cenário político e financeiro mude.
O que está aqui em jogo é um negócio com a credibilidade dos que se endividam, no que respeita aos países.
Deve o nosso orgulho nacional ficar magoado, humilhado, decepcionado, por causa disso?
Connosco, aconteceu tudo muito rápido. No princípio deste ano, ainda estávamos no A3, embora já longe do AAA dos países do pelotão da frente da Europa. Quando a Moodys mudou o nosso "rating" para perto de lixo, os nossos pastéis de Belém, o sol, o mar e a areia das nossas praias, as nossas empresas de alta tecnologia e a nossa magnífica culinária continuaram tão boas como antes. O que aconteceu foi apenas que a nossa capacidade de endividamento diminuiu, coisa para que, há muito, nos alerta, a nossa Cassandra de serviço que é o Professor Medina Carreira.
Ora na justificação da nota, a Moodys diz o que o Bloco de Esquerda pede: que existe o perigo de restruturação da dívida.