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"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

"Sobre aquilo de que não conseguimos falar, é melhor calarmo-nos." (Was sich überhaupt sagen lässt, lässt sich klar sagen; und wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen) - Wittgenstein.

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19
Abr10

A lição de Katyn

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PolishVictims

Prisioneiros polacos em 1940 (Wikipedia:  "Katyn massacre", http://en.wikipedia.org/wiki/Katyn_massacre)

 

Katyn contém uma lição que poucos tiraram na altura e nos anos da Guerra Fria. Resumamos o caso em poucas palavras, já que não disponho do tempo necessário para um artigo extenso.

Soviéticos e Nazis dividem entre si a Polónia. Em 1939, cada um conclui a ocupação a sua parte. No ano seguinte, Estaline, Béria e, convenhamos todo o Comité Central do Partido Comunista Soviético assinam unanimemente uma ordem de assassinato em massa de toda a oficialidade polaca a que se acrescentam intelectuais, professores, padres, etc.. Morrem cerca de 22000 polacos na floresta de Katyn. Trata-se de decepar a Polónia de toda a sua elite pensante e actuante.

Agora vejam o caricato da situação. Os resistentes polacos criam um governo no exílio, refugiado em Londres, que luta contra Nazis e Soviéticos. Este governo frequentemente exige esclarecimentos pelos oficiais em falta. Os russos respondem sempre com evasivas.

Em 1941, os nazis, no seu avanço para este, fazem letra morta do acordo, ocupam toda a Polónia e prosseguem para a Rússia. Logo a seguir ao início da invasão, polacos no exílio vão para a URSS ajudar soviéticos na resistência aos nazis. Os generais polacos procuram no terreno os milhares de oficiais que agora seriam úteis para a reconquista da Polónia. Em 1941, as evasivas de Estaline continuam, que os oficiais tinham sido libertos e ido à vida, etc. Em 1943, os nazis encontram os restos mortais de milhares das vítimas e fazem do caso propaganda internacional anti-soviética.

O governo polaco no exílio quebra relações com os russos, mas na frente os polacos não têm outro remédio senão lutar ao lado dos seus carrascos contra os nazis. Uma vez reocupada a Polónia, chegou a vez do refazer da história pelos russos: os oficiais e os demais polacos tinham sido assassinados pelos nazis, com toda a espécie de documentos forjados. Os grupos democráticos polacos nunca tiveram qualquer dúvida sobre o que tinha acontecido.

Poucos factos mostraram com tanta evidência a similaridade entre comunismo e nazismo face às sociedades democráticas ocidentais. Durante décadas, os partidos comunistas ocidentais, intelectuais, dirigentes políticos e sindicais ignoraram os factos históricos para manter a sua fé no futuro da grande ilusão comunista. E esta foi a grande lição que em Katyn se escreveu com rios de sangue.

13
Abr10

Please, do the right thing

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pope

 

Por uma vez, faça o que está certo - foi o que uma ex-vítima de um padre pedófilo exigiu ao papa Bento XVI. Ao falar assim, esta senhora não fez mais do que muitos fizeram na história da Igreja - exigir-lhe padrões de ética. Não seria de esperar o contrário?

Se a Igreja e o seu chefe máximo são o refúgio dos crentes na busca de Deus e do bem, contra o cruel mundo secular dos interesses e do pecado, não deveriam saber melhor do que ninguém o que é o Bem e o que é o Mal?

Infelizmente para os crentes, as religiões organizadas são boas a definir padrões de conduta, o que se chama "moral", mas são pobres no que se refere à ética. Todo o progresso moral da humanidade tem sido feito contra a Igreja, não só contra a Católica, mas contra praticamente todas elas.

Em nome de Deus, a Igreja permitiu e praticou todas as violências de que há memória.

Assim que se instituiu, nos seus primeiros bispados, a Igreja começou a mostrar a sua capacidade de violência. Veja-se logo no princípio do século V, a morte da filósofa platónica Hipatia às mãos duma turba chefiada por um santo padre da Igreja (São Ciril).

A reforma começa precisamente com Lutero a admoestar a Igreja pela prática da venda das indulgências. Nos séculos XV e XVI, a Igreja permitiu a Inquisição com todas as violências possíveis e imaginárias contra judeus, muçulmanos e outros acusados de práticas que, hoje, fazem parte dos direitos comuns dos cidadãos.

Se há homens da Igreja que se afirmaram pela defesa dos direitos do homem e dos povos, foi por sua conta e risco que o fizeram e não no seio da organização, como foi o caso de Bartolomeu de Las Casas no seu comovente testemunho acusatório do genocídio de mais de vinte milhões de índios pelos seus compatriotas.

A liberdade de culto e de consciência assim como a correspondente tolerância foram conquistas contra a Igreja.

Na luta contra a escravatura, não vimos a Igreja ao lado dos abolicionistas dos séculos XVIII e XIX.

Os direitos do homem afirmaram-se sempre contra os que na terra dizem ter uma relação especial com Deus.

É por isso que vejo agora com prazer, Dawkins, um paladino do humanismo ateu a tentar a prisão de Bento XVI em solo inglês sob a acusação de ter protegido padres pedófilos e de ter permitido a continuação dos seus crimes. Dawkins qualifica-o como

"a man whose first instinct when his priests are caught with their pants down is to cover up the scandal and damn the young victims to silence" (http://www.huffingtonpost.com/2010/04/12/richard-dawkins-arrest-th_n_533837.html).

Para nós, homens do século, trata-se apenas de julgar um crime de acordo com a lei e não de invocar a condenação divina. Quanto aos pedófilos, que sejam afastados de crianças, presos ou tratados, se for o caso, e não que sejam queimados como a Igreja fez a milhares que não o mereciam.

O facto é que a Igreja é apenas humana como todos nós e Deus não está lá mais do que em qualquer outro lado.

04
Nov09

Que fazer com este livro? (2) Zimler sobre Saramago

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Fonte da imagem: clique nela

No Público, saiu um belo texto assinado pelo romancista Richard Zimler que expressa a intenção de criticar os dois lados da polémica. Saramago tem razão, mas uma razão irrelevante, dada a falta de novidade e a falta de motivo para o escândalo.

A violência e a crueldade divina nos textos bíblicos teria sido já, desde há muito tempo, objecto de reflexão aberta por pensadores judeus e cristãos. Todavia, o próprio facto da polémica demonstra que ele não tem razão. Senão, toda a gente encolheria os ombros e diria a Saramago, "Pois é! Só agora é que viu isso?".Ora, não foi esse o caso.

A leitura à letra, a crença nos próprios factos narrados, seja o pecado original, a história de Caim e Abel, o dilúvio, a concepção imaculada ou a ressurreição de Cristo não é e não foi no passado coisa só de crianças, como Zimler diz:

"Quando a narrativa bíblica conta que Moisés separou as águas do Mar Vermelho no Livro do Êxodo para que o seu povo pudesse fugir do Egipto, será que alguém com mais de dez anos acredita que ele possa ter murmurado algum abracadabra hebraico e produzido tal milagre?"

São milhões e milhões as pessoas que acreditam em factos deste género, tanto cristãos, como judeus! Mesmo entre os que distinguem a religião popular da doutrina católica oficial, a primeira com os seus santos milagreiros e as nossas senhoras que lacrimejam no canto da igreja e a segunda com os argumentos filosóficos sobre Deus,  são muitos os que colocam os factos bíblicos ao abrigo de qualquer crítica.

A resposta de Zimler à questão colocada por Saramago encontra-se no mesmo nível das de Tolentino Mendonça e de Carreira das Neves, com uma diferença essencial. Zimler afirma uma leitura alegórica dos factos narrados numa perspectiva de distanciamento cultural já que não crê num Deus pessoal, enquanto os outros dois acreditam que a alegoria é uma mensagem divina que tem como destino a humanidade, apesar de ter sido escrita por homens.

De resto, desconfio que a história desta questão no pensamento teológico, judaico e cristão, está mal contada por Zimler. Os escritores dos livros do Novo Testamento, por exemplo, quando se referem ao significado alegórico de certas passagens do Antigo Testamento, consideram os próprios factos acontecidos como o material da alegoria.

Por exemplo, no livro de Mateus, Cristo faz de Jonas uma metáfora de si próprio. Como Jonas estivera três dias na barriga da baleia, estaria ele morto três dias, no seio da terra, ao fim dos quais seria ressuscitado (Mateus, 12:39-40; Jonas, 1-2). Um acontecimento serve como ilustração de outro que há-de suceder.

Penso que este tipo de raciocínio é um dos processos fundamentais da leitura religiosa da Bíblia. Traçam-se paralelos entre narrativas em que umas funcionam como alegorias das outras, para compreender e até, para prever, factos a suceder. Assim, temos a Jerusalém terrestre face à Jerusalém celestial, o reino de Israel como figura do Reino celestial de Deus, (Apocalipse, 3:12); o sacrifício de Isaque por Abraão como significando o sacrifício do próprio filho de Deus permitido pelo Deus Pai.

É como se Deus escrevesse com a história, com os acontecimentos propriamento ditos, as alegorias do que está para vir e dos seus propósitos para a humanidade.

Parece-me que o judaísmo não difere do cristianismo neste aspecto. A filosofia, platónica ou aristotélica, limitou-se a acrescentar novos argumentos para provar as mesmas coisas e a colocar mais camadas interpretativas sobre as singelas narrativas bíblicas sem nunca contestar a sua verdade factual. Assim, por exemplo, Maimónides (1135-1204), um dos grandes sistematizadores da Mishná, afirma como princípios básicos do judaísmo a outorgação da Torah (os cinco primeiros livros da Bíblia) por Deus a Moisés e a verdade absoluta do que lá está escrito. Portanto, a criação do homem é como está lá, assim como o dilúvio, o êxodo e a conquista da Palestina.

Não é a perplexidade perante a violência que nos interessa, nem o facto de haver relatos de acções violentas. O que está em causa é a posição axiológica do narrador perante os factos narrados.

Quando Zimler escreve que o Antigo Testamento nunca teve como propósito constituir qualquer coisa de parecido com um manual de boas ou más maneiras está a arriscar-se num terreno muito escorregadio que consiste em atribuir um propósito a esse conjunto de livros, coisa que implica tanta hermenêutica que é impossível de confirmar ou contestar, a começar pela definição de uma orientação global para tantos e tão diversos textos.

Se se refere ao judaísmo, reconheço que esses livros não têm só orientação para a vida, mas têm muito mais do que isso. A relação entre Deus e o seu povo escolhido é também um tema muito genérico que inclui necessariamente as boas ou más maneiras.

Os mandamentos recebidos no tempo de Moisés, no monte Sinai, foram certamente resumidos e universalizados. Creio que os judeus chegaram ao princípio dos dois mandamentos – amar a Deus sobre todas as coisas e ao seu semelhante como a si mesmo - antes dos cristãos – ou talvez estes tenham sido apenas um ramo do judaísmo que se autonomizou. Hilel, um rabi que viveu entre 60 a.c. e 9 d.c. foi um grande defensor desta filosofia do altruísmo como o essencial do judaísmo.

As histórias bíblicas não são necessariamente para edificação moral, mas também não é esse o problema colocado por Saramago.

“Pegar no Antigo Testamento para criticar a brutalidade dos hebreus ou de outros povos da antiguidade é o mesmo que criticar Dostoievsky por escrever sobre um assassinato premeditado em Crime e Castigo ou criticar Anne Frank por descrever como a crueldade nazi afectou a sua família”.

Discordo deste juízo, pois nenhum destes livros é considerado como a "palavra de Deus" e ambos são narrativas na primeira pessoa. Num, o narrador narra os seus próprios actos, no outro, maldades alheias de que é vítima.

O primeiro deixa o leitor livre para ter uma posição crítica perante um narrador  que se questiona e vive o problema da culpa. No outro, o leitor recebe uma atitude ética da parte da própria narração. Ao dizer isto, Zimler confunde uma leitura profana da Bíblia com uma leitura sagrada.

Na história de David e Bate-Seba em que David põe um homem na frente de batalha para que ele morra em combate e lhe deixe a mulher disponível, há uma condenação divina do próprio rei (II Samuel 11-12). Não é o que acontece no caso de Job, Caim ou Sodoma e Gomorra. Nestes casos, é o próprio Deus que intervém e revela a sua indiferença e crueldade.

O problema é que Deus seja assim, parcial, impulsivo e castigador, que seja um Deus para quem apenas os poderosos contam, pois a família de Job está lá para sofrer e morrer e comprovar a excelência da sua fé. Será facilmente substituída por outra quando acabarem as provações. É também o caso das crianças e das mulheres de Sodoma e Gomorra, que tinham obviamente que estar presentes na cidade no momento da destruição, mas ausentes das considerações divinas, como Saramago lembrou na televisão.

Essa narrativa, esse Deus, é humano. Nem ele, nem os patriarcas, nem os chefes dos hebreus, são piores que os deuses e os chefes de outros povos. Custa-nos que esse livro que tem princípios de moral e justiça diversos, contraditórios e antigos, que a humanidade já ultrapassou, seja considerado sagrado e a palavra de um qualquer Deus, tido por superior a todos os outros.

No fundo, Zimler e Saramago estão de acordo. Este subscreveria isto, quase de certeza:

“Quem quer que deseje conhecer até onde pode chegar a abominação e a crueldade humanas e até que ponto Deus - ou o Destino - pode ser impiedoso bastar-lhe-á abrir o Antigo Testamento”

Referências

Em primeiro lugar o texto de Richard Zimler. Clique no título: Saramago e a insustentável leveza da ignorância

Como sempre, o blog Quem escreveu torto por linhas direitas? (veja-se aqui a interpretação do caso de Caim, a mesma que Saramago narrativiza - http://quem-escreveu-torto.blogspot.com/2007/09/caim-e-abel-o-primeiro-crime.html).

Entradas de enciclopédia sobre a história do judaísmo e rabinos famosos na Brittish Enciclopedia 2006 (DVD), Encarta e Wikipedia.

O muito útil Dicionário das religiões do grande Mircea Eliade.

Três versões da Bíblia em cima da secretária.

Mais alguns textos que a preguiça me impede de referir.

12
Jun04

Como morreu Mod Saleh?

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View image Mod Saleh era um jovem palestiniano de 21 anos que foi vítima da violência policial sionista. Esta é a informação que consta de um documento que circula na Internet e que me chegou à caixa de correio, reencaminhado por um amigo. Mod Saleh seguia pacificamente o seu caminho, quando foi mandado parar pelos agentes de autoridade israelita. Estes revistaram-no até ao ponto de o despirem, deixando-o de cuecas. Foi, então, que, sem mais, um dos seis ou sete agentes presentes atira a matar, apontando directamente ao crânio do jovem, já despido e prostrado no chão, apesar de Mod Saleh não ter o menor indício de ser um bombista suicida. Esta é a história que vem no texto, acompanhado de uma série de cinco fotografias que são apresentadas como prova documental. Tentei avaliar cuidadosamente as fotos, para ver até que ponto é que elas suportavam esta versão. Pois, mesmo assim contada, aparece em falta um elemento essencial: o motivo do crime. Por que razão havia um agente de matar um detido perante seis testemunhas, embora seus colegas? No acto do crime, observa-se o movimento nervoso de três outros agentes e um deles a dar o tiro que desfaz a cabeça do jovem. Por que motivo o haviam de matar, depois de o despirem e de observarem que ele não tinha nenhum cinto com bombas? Pura violência gratuita, puro genocídio! A polícia israelita anda a matar jovens palestinianos, um a um, depois de os despir! “A fotografia fala por si!”, diz na legenda da última fotografia em que aparece o corpo inteiro de Mod Saleh deitado no chão. Mas a verdade é que as imagens não falam por si. Como sugere Wim Wenders, uma imagem sem palavras não diz nada. Pelo contrário, as palavras podem fazer muito a favor do sentido das imagens. Ampliei então as fotografias o máximo que pude apesar da sua péssima qualidade e concluí: não é possível através delas concluir se Mod Saleh tem ou não um cinto com bombas à sua volta. Quando digo isto, imagino que um cinto com bombas tem a dimensão de um pequeno chumaço à volta da cintura. Mas, para dizer a verdade, não sei se um cinto de bombista pode ou não ser ainda mais pequeno do que eu o imagino. Fiz então o seguinte exercício: se aquilo fosse o clip dum filme, que imagens poderiam estar em falta? E concluí que podiam faltar muitas e que bastaria uma para mudar a história toda. À procura de fotografias de melhor qualidade, pesquisei a Internet sobre o assunto. Encontrei as mesmas fotos em muitos sítios, vários deles de publicidade explicitamente palestiniana ou de esquerda revolucionária europeia (http://www.dewaarheid.nu/wereldcrisis/saleh.htm e http://www.parker.firenze.net/orrore.htm, por exemplo). A sequência era exactamente a mesma, na maior parte dos sítios. Encontro finalmente um sítio que acrescenta uma fotografia às imagens das outras. De acordo com este documento, entre a penúltima e a última fotografia apresentada pela propaganda palestiniana, falta de facto uma imagem em que se vê um carro, um robot, a retirar um cinto com bombas do corpo inerte do jovem (http://www.elettrosmog.com/orrore/). Essa fotografia não tinha melhor qualidade do que as outras, mas dava coerência à história: os polícias mataram o jovem quando descobriram o cinto e recearam que ele o fizesse explodir, matando-os. E se fosse um erro? Se os polícias tivessem confundido alguma coisa com bombas e, um deles, demasiado nervoso, tivesse puxado o gatilho? Que leitura política poderíamos fazer desse facto, além de que há bombistas e polícias que têm como função prendê-los e que eventualmente se enganam tragicamente? Será que podemos dizer que esses polícias terão um comportamento diferente, consoante o governo seja de Ariel Sharon ou de Shimon Peres, neste aspecto específico? Trazer a este assunto a política de Sharon é uma manobra retórica bem conhecida, a amálgama, que consiste em juntar coisas diversas sob o mesmo rótulo. Quer a morte de Saleh se deva a um erro quer a uma acção policial bem-sucedida, quer Saleh tenha sido um bombista quer tenha sido uma vítima inocente, é de todo improvável que haja ordens do governo de Sharon para matar todos os jovens palestinianos que como Saleh tenham aspecto de bombistas. Ou, então, se é esse o caso, é preciso demonstrá-lo com muito mais provas. Considero a política de Sharon má e assassina, mas não por causa de factos deste género. A verdade é que um governo trabalhista não terá menos problemas com bombistas. E os radicais que agora criticam a acção policial sob Sharon, continuarão a fazê-lo, como já o fizeram, sob um governo trabalhista. Para os que procuram o conforto da distinção clara entre o lado do bem e da razão e o lado do mal e do erro, afigura-se-me difícil a decisão: quem está certo é o governo de Sharon que defende os colonatos israelitas e ataca à bruta os líderes do Hezbolah, do Hamas e dos Máritres de Al Aqsa ou a Autoridade Palestiniana que nada faz contra os bombistas suicidas e que dá total liberdade de movimentos a esses grupos? Não é fácil optar por um lado merecedor do nosso apoio a não ser que declaremos de uma vez por todas que concordamos com o objectivo político do Hamas que é destruir totalmente o Estado de Israel.

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